Até a manhã desta quarta-feira (13), a presidente Dilma Rousseff (foto) não tinha se pronunciado sobre a renúncia de Bento 16 de seu pontificado, diferentemente de outros chefes de Estado, como Barak Obama. Embora sofra ferrenha oposição dos bispos católicos, o presidente dos EUA disse que ia orar pelo papa e que gostou de trabalhar com ele.
Dilma vai ter de quebrar o silêncio em algum momento, mas o atraso com que ela fará evidencia que o relacionamento entre governo brasileiro e o Vaticano não é dos melhores.
De acordo com a Folha, que ouviu assessores da presidente, Dilma não se esqueceu de que Bento 16 se intrometeu em assuntos do Brasil ao pedir aos bispos que pregassem contra os políticos que defendem o aborto.
As declarações de bispos de que o governo brasileiro não vem dando a devida atenção à infraestrutura da Jornada Mundial da Juventude, que se realizará no Rio em julho, agora fazem mais sentido.
Antes, dom Leonardo Steiner, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros), já tinha reclamado da "resistência" governamental à participação de representantes da Igreja em conselhos dos ministérios.
O católico praticante e ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) se encontra hoje em Brasília com representantes do Vaticano e da CNBB para o lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano.
No encontro, Carvalho falará sobre Bento 16, quebrando nesse caso o gelo entre governo e Vaticano. E é possível que também hoje o Planalto divulgue uma nova oficial sobre a aposentadoria de Ratzinger, com dois dias de atraso.
paulopes
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