Campanha Nacional em apoio ao Combate à Mucosite Oral será promovida de 24 a 28 de julho no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa. Inflamação pode interromper tratamento e prejudicar a recuperação dos pacientes
Complicações na saúde bucal podem provocar a interrupção do tratamento do câncer e prejudicar a recuperação dos doentes. Para conscientizar os pacientes e cuidadores sobre a importância da prevenção e tratamento destes problemas, tem início nesta segunda-feira (24) a Campanha Nacional Julho Bordô, em apoio ao combate à mucosite oral, no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa.
A iniciativa tem o objetivo de apresentar os benefícios da laserterapia na prevenção e tratamento da complicação bucal causada pela quimioterapia e radioterapia e ainda orientar os cirurgiões-dentistas para o cuidado em saúde bucal nos pacientes em tratamento do câncer. A campanha segue até sexta-feira (28) e tem como público-alvo pacientes oncológicos, cuidadores, voluntários e profissionais de saúde.
De acordo com a cirurgiã-dentista do Hospital Napoleão Laureano e pesquisadora da Universidade Federa da Paraíba (UFPB), Isabella Arrais, a mucosite oral é uma inflamação da mucosa que reveste a cavidade bucal, ocasionada pelos efeitos nocivos da radio e quimioterapia. “A mucosite oral é uma das complicações mais comuns relacionadas ao tratamento oncológico e pode ser muito debilitante ao paciente, causando um desconforto intenso, dor, dificuldade para engolir, comer, beber e falar, diminuindo a sua qualidade de vida”, destacou.
Isabella explicou que a inflamação ocorre em 90% dos pacientes em algum momento do tratamento quimio e radioterápico, por isso a necessidade de prevenção do problema. “A mucosite aumenta o risco de infecções locais e sistêmicas, pois leva à formação de feridas na boca, que se tornam porta de entrada para fungos e bactérias, podendo comprometer ainda mais a saúde do indivíduo. Precisamos alertar para a necessidade do cuidado com a saúde bucal logo após o diagnóstico do câncer”, disse.
A inflamação pode, inclusive, reduzir as chances de sucesso do tratamento caso ele precise ser interrompido. “Em alguns casos, a mucosite oral pode ser a responsável pela suspensão da terapia até que seja reestabelecida a cicatrização da mucosa oral e o tratamento de infecções associadas. A forma grave eleva o tempo de hospitalização, aumenta a exposição às infecções oportunistas e gera maiores custos hospitalares”, acrescentou.
Durante a semana de ações do Julho Bordô, serão promovidas ainda atrações culturais, ações educativas e lúdicas para as crianças, escovação supervisionada e triagem dos pacientes para atendimento odontológico. A programação também conta com instituição do protocolo de tratamento odontológico do Hospital Napoleão Laureano, assistência diferenciada aos pacientes internos e seus acompanhantes e a apresentação do livro “Odontologia na Oncologia Pediátrica”, guia de atuação para os profissionais de Odontologia em Oncologia Pediátrica em todo o país. A publicação está disponível neste link: https://www.researchgate.net/publication/301627894_Odontologia_na_Oncologia_Pediatrica
O Julho Bordô, Campanha Nacional em apoio ao Combate à Mucosite Oral em Pacientes oncológicos, é promovida pelo Colégio Brasileiro de Odontologia Hospitalar e Intensiva e conta com apoio do Hospital Napoleão Laureano, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal da Paraíba e do Grupo de Pesquisa em Odontopediatria e Clínica Integrada (GPOCI) e do Núcleo de Estudos em Odontopediatria (NEO).
Pesquisa - Em pesquisa realizada entre fevereiro e maio deste ano em parceria com o Centro de Pesquisa de Implementação no Brasil (Implementation Research Brazil), da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos leitos pediátricos e na enfermaria do Hospital Napoleão Laureano, verificou-se a redução em 90% da interrupção da quimioterapia decorrente da mucosite oral grave com a implementação de vigilância diária em saúde bucal nos pacientes, comparado com dados de pesquisas anteriores coordenadas pelo Grupo de Pesquisa em Odontopediatria e Clínica Integrada da UFPB.
Isabella Arrais explicou que a vigilância em saúde bucal compreende a visita diária aos leitos, com avaliação sistematizada da cavidade oral, instruções de higiene oral e realização de laserterapia. “Além dessa vigilância, todos os pacientes recém-diagnosticados são incluídos na demanda de procedimentos ambulatoriais, e, tão logo seja liberado pelo médico que irá acompanhar o paciente em seu tratamento, de acordo com resultados de exames laboratoriais, são realizados os procedimentos odontológicos, por ordem de urgência/prioridade”, explicou.
Assessoria de Imprensa
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