A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou sessão especial, na tarde desta quinta-feira (21), para homenagear a Rede de Mulheres Advogadas em Sororidade. O evento, proposto pelo deputado João Bosco Carneiro Junior, aconteceu no plenário Deputado José Mariz e reuniu dezenas de advogados, professores e representantes de diversos segmentos da sociedade civil organizada.
“A prática da empatia, do companheirismo e da união entre as mulheres em prol de um objetivo comum, voltado para a afirmação de direitos que eliminem situações ainda existentes de desigualdade e discriminação”, foi o principal argumento do deputado estadual João Bosco Carneiro Júnior (PPS) para justificar a realização da sessão especial.
Além de Bosco Carneiro, a mesa dos trabalhos foi composta pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia; a coordenadora da Rede Sororidade; Francisca Leite; a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PB, Mônica Lemos; o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba (CAA-PB), Assis Almeida; a presidente da Comissão de Combate à Impunidade contra a Mulher, Isabele Ramalho; a diretora pedagógica da Escola Superior da Advocacia (Nova ESA); Priscila Maciel; a secretária-adjunta da OAB-PB, Carol Lopes; e diretora-tesoureira da OAB-PB, Larissa Almeida.
Apesar de ser um termo novo dentro do cenário atual, a sororidade, conforme o deputado Bosco Carneiro, “já se aplica há algum tempo, tendo em vista que se relaciona ao não julgamento prévio entre as próprias mulheres. Desta forma, cria-se uma espécie de irmandade, fortalecendo, de modo significativo, as lutas e reivindicações das mulheres”.
O deputado lembra que a rede foi lançada na Paraíba em outubro de 2018, em solenidade no Fórum Regional de Mangabeira, no bairro de igual denominação, em João Pessoa. O projeto recebeu o incentivo do atual presidente da OAB-PB, Paulo Maia.
A rede, ainda de acordo com Bosco Carneiro, é entendida como um braço extensivo da OAB-PB e trabalha em parceria com outros seguimentos da Seccional, a exemplo da Comissão da Mulher Advogada, “que vem desempenhando um papel extremamente importante e aguerrido na Paraíba, sob a presidência da advogada Mônica Oliveira Coelho Lemos”. “A Assembleia Legislativa, pela unanimidade dos seus membros, decidiu homenagear essa ideia, através das pessoas que exercem a diretoria e todas as demais que integram esse movimento”, finalizou.
O presidente da OAB-PB, Paulo Maia, fez questão de agradecer à iniciativa da ALPB em homenagear a Rede Sororidade. “Agradeço à sensibilidade da Assembleia Legislativa, na pessoa do deputado Bosco Carneiro, por essa homenagem a um movimento de mulheres, no âmbito da OAB da Paraíba, no sentido de defender e promover a igualdade de gêneros, num estado que ostenta a quinta posição no ranking de assassinatos de mulheres”, disse.
“A Rede Sororidade, a partir do significado literal do termo, que significa empatia feminina e a solidariedade de uma mulher com a outra, é um movimento que chama todas as pessoas de bem a entender que o processo de violência é um processo que engole a todos, onde não há vencedores nem vencidos. Todos perdem com a violência e precisamos fazer com que, a partir das mulheres, que são vítimas de violências há tantos séculos, possa se estabelecer um novo patamar de respeito, de confiabilidade, de eliminação da discriminação, da intolerância e da violência”, acrescentou Paulo Maia.
A advogada Mônica Lemos, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PB, destacou o interesse do público masculino, através de um deputado, em dar apoio à Rede Sororidade, conhecendo um pouco mais de sua natureza. “Esse interesse, esse apoio, faz com que a nossa fala tenha um eco maior, um alcance muito maior. Para nós isso é motivo de muita alegria e reconhecimento do trabalho desempenhado por essas mulheres”, ressaltou. O que diferencia o trabalho das mulheres que integram a Rede Sororidade das demais advogadas, segundo ela, reside no propósito de apoiar todas as mulheres advogadas paraibanas em diversos eixos de atuação.
“Temos os eixos voltados para o combate à violência doméstica; para o empreendedorismo e mercado de trabalho; para a parte acadêmica, apoiando as mulheres nos estudos de especialização, como o mestrado. São vários eixos de atuação, num trabalho voltado para dentro da Casa, para as advogadas, mas um trabalho de cunho social, também direcionado para a sociedade de um modo geral, especialmente as mulheres que sofrem violência doméstica todos os dias, e mulheres que têm dificuldades para serem reinseridas no mercado de trabalho. Nós funcionamos como uma rede de apoio, empatia e solidariedade a essas mulheres”, concluiu Mônica Lemos.
Já a coordenadora da Rede, Francisca Leite, disse se sentir muito honrada com a homenagem. “Ficamos felizes pela sensibilidade dessa Casa, através do deputado Bosco Carneiro, de prestigiar um órgão que congrega só mulheres advogadas, e que muito significa para os trabalhos que esse órgão desenvolve, para tudo o que ele se propõe a fazer. Nós temos um trabalho muito importante, que visa a igualdade de gêneros, enfrentar os obstáculos que eventualmente vivemos no exercício da profissão. Queremos fazer com que as advogadas se sintam verdadeiramente protegidas diante do direito que é para todos. Nós mulheres nos deparamos com situações desagradáveis nos fóruns, nos tribunais da vida, e a Rede de Sororidade, trabalha, conjuntamente com as advogadas, para fortalecer os laços onde quer que nós estejamos exercendo o nosso ofício”, destacou.
HISTÓRICO
A Rede de Mulheres Advogadas em Sororidade da Paraíba foi criada em outubro de 2018. O projeto teve o aval do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Paraíba, Paulo Maia. Em abril de 2019, o Conselho Pleno da OAB-PB aprovou uma alteração no Regimento Interno da secção regional, que regulamentou o núcleo.
Em novembro de 2019, a Rede Sororidade teve sua aprovação como órgão da OAB/PB, com regramentos próprios e tendo com Diretora-Geral a advogada Francisca Leite. A Rede Sororidade terá sempre como objetivo promover os valores fundamentais inerentes à pessoa humana, que, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, têm direito a viver com dignidade.
ALPB
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