O ex-prefeito de Campina Grande e presidente do PSD na Paraíba, Romero Rodrigues, não será mais candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2022.
O anúncio da retirada da pré-candidatura foi feito na noite dessa terça-feira (26) durante uma reunião em Brasília de Romero com lideranças do PSDB, principal partido que dava apoio à postulação de Rodrigues.
Estiveram presentes no encontro o ex-senador Cássio Cunha Lima e os deputados Pedro Cunha Lima, Camila Toscano, Tovar Correia Lima e Ruy Carneiro.
Na reunião, Romero reiterou que não conversou com o governador João Azevêdo (Cidadania), mas deixou claro que essa é uma possibilidade.
Um novo encontro deve acontecer nesta quarta-feira (27) para tratar sobre o futuro do grupo no estado. O que a maioria dos tucanos acredita é que não há condições de compor o PSDB com o Palácio da Redenção. Por isso, seguirá na oposição, ao menos no entendimento do hoje.
Aliança com João Azevêdo
A desistência de Romero Rodrigues de entrar na disputa pelo comando do Palácio da Redenção no pleito vindouro acontece no momento em que é cada vez mais forte e viável a tese de união do campinense com o governador João Azevêdo (Cidadania), pré-candidato à reeleição.
A possibilidade foi levantada inicialmente pelo deputado Manoel Ludgério (PSD), aliado de primeira hora de Romero, ainda no mês de janeiro, em entrevista à Hora H, programa apresentado pelos jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra na Rede Mais Rádio.
À época, a composição foi tratada com desdenho e sem muitas chances de prosperar. No mesmo programa, o deputado Pedro Cunha Lima, presidente do PSDB-PB, disse ser radicalmente contra à união, entendimento que mantém até os dias de hoje.
Apoio do PSDB a Romero
A divulgação de conversas entre o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ascendeu um sinal de alerta na base de Romero, ainda no mês de julho.
Na mesma semana que o diálogo veio a público, o PSDB convocou uma coletiva para anunciar que estaria retirando a pré-candidatura do deputado Pedro Cunha Lima ao Governo do Estado para manter exclusivamente apoio a Romero Rodrigues.
Aliança com João de volta à mesa
O mesmo deputado que em janeiro tinha levantado a possibilidade de uma grande união e um pacto pela Paraíba, voltou a fazer a defesa pela tese apresentada seis meses antes.
Em agosto, Manoel Ludgério colocou na praça novamente a união João-Romero.
Diante do ruído entre o senador Veneziano Vital com o governador João Azevêdo e aproximação administrativa entre o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) e o Palácio da Redenção, deputado não titubeou: há espaço sim para diálogo eleitoral e aliança.
“João Azevêdo é um homem de diálogo, Romero eu conheço profundamente. Defendo e aposto no bom senso para que nós possamos criar uma grande força política de unidade, de união pela Paraíba. Um grande entendimento político para o Estado entre as duas principais forças políticas, João e Romero. Teríamos um momento de exemplo para o Brasil. Não existem inimizades entre essa pessoas para que não haja uma união”, destacou em entrevista entrevista ao Programa Hora H.
Um novo cenário
A desistência de Romero Rodrigues abre naturalmente espaço para o diálogo do político campinense com a Granja Santana.
Em recentes entrevistas, o governador João Azevêdo (Cidadania) garantiu que nunca sentou para dialogar com Romero. Ele, porém, disse que não vetaria nenhuma conversa com o ex-prefeito.
O PSDB já deixou claro que não embarca, ao menos hoje, nessa coligação. Já os aliados mais próximos de Romero, como a vereadora Eva Gouveia e outras lideranças, são da tese de que Rodrigues ganhará com a composição.
Wallison Bezerra – MaisPB
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