A Central Única dos Trabalhadores da Paraíba divulgou nesta quinta-feira (25) nota de repúdio aos parlamentares da Câmara Municipal de Campina Grande, que aprovaram em maioria pela aprovação de Projeto de Lei que homenageia o latifundiário Zito Buarque dando o seu nome a uma das ruas da cidade.
O Projeto de Lei 183/2022, foi votado na terça-feira (23), pela Câmara Municipal de Campina Grande, e nomeia uma das ruas de nossa cidade de “Zito Buarque”, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Margarida Maria Alves. Margarida foi uma mulher paraibana, sindicalista, que contribuiu e até hoje inspira a luta das trabalhadoras e trabalhadores rurais, e que foi assassinada na frente de sua casa e de sua família, com um tiro no rosto.
Na época de seu assassinato, Margarida denunciou a Usina Tanques ao Ministério do Trabalho. De propriedade de Zito Buarque, a usina foi acusada de abusos contra os canavieiros e de descumprimento da legislação trabalhista.
Leia a íntegra da nota:
A Central Única dos Trabalhadores da Paraíba, em nome de todos os seus sindicatos filiados, do campo e da cidade, vem a público manifestar a sua indignação pela aprovação do Projeto de Lei, por meio da maioria esmagadora dos parlamentares da Câmara Municipal de Campina Grande, que homenageia o latifundiário Zito Buarque dando o seu nome a uma das ruas da cidade.
Figura essa que foi acusada de ser um dos principais responsáveis pelo assassinato da líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, por sua atuação na luta por direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, mais especificamente, dos canavieiros do município de Alagoa Grande, crime que teve repercussão mundial e que permanece impune.
A CUT-PB lamenta esse projeto aprovado justamente no mês em que se completam 39 anos da morte de Margarida Alves, com um tiro de espingarda, que atingiu seu rosto, à porta de sua residência, na frente de seu filho ainda criança.
A CUT, ao mesmo tempo que repudia o desrespeito desses vereadores pela memória e história de luta dessa mulher, que deu sua vida pelo fim da violência no campo, da exploração dos camponeses e pela reforma agrária, aplaude Jô Oliveira, vereadora do PC do B, única representante na Casa Felix de Araújo, a votar contrariamente a esse insensato projeto.
Wscom
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