domingo, 7 de julho de 2024

Energético com álcool prejudica o cérebro a longo prazo, aponta estudo


 Misturar bebida alcoólica com energético é um hábito bastante popular em festas para dar uma dose extra de energia e aguentar a balada até mais tarde. Contudo, pesquisadores italianos descobriram que a combinação pode prejudicar a função cognitiva a longo prazo. Publicado nesta sexta-feira (5/7), na revista Neuropharmacology, o estudo foi realizado por cientistas das universidades de Cagliari e de Catania, ambas na Itália, com ratos.

No experimento, ratos com um tempo de vida equivalente à adolescência em humanos foram separados em três grupos. Os animais do primeiro grupo receberam doses de álcool, os do segundo tomaram bebidas energéticas e os do terceiro receberam uma mistura de ambos. A quantidade de álcool oferecida a todos era compatível com uma “bebedeira”.

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Os animais passaram por testes de avaliação da função cognitiva nos 53 dias após o consumo das bebidas. Os testes incluíam exames cerebrais e testes comportamentais. No primeiro momento, os ratos que consumiram álcool e bebidas energéticas mostraram aumento em algumas métricas das funções cerebrais, como o da proteína que impulsiona o crescimento dos neurônios. Mas os benefícios não duraram. Com o tempo, os pesquisadores observaram um declínio na capacidade cerebral dos animais.


Os ratos que beberam a combinação de bebida alcoólica com energético apresentaram mudanças persistentes na capacidade de aprender e lembrar. Exames confirmaram que eles sofreram mudanças no hipocampo do cérebro, área responsável pelo aprendizado e pela memória.

Os pesquisadores sugerem que a mistura pode afetar a plasticidade do hipocampo, prejudicando a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar para responder a novas informações e demandas. É uma parte crucial do funcionamento normal do cérebro.

“Nossos resultados mostram que o consumo de álcool misturado a bebidas energéticas durante o período da adolescência produz alterações adaptativas no hipocampo nos níveis eletrofisiológico e molecular, associadas a alterações comportamentais, que já são detectáveis ​​durante a adolescência e persistem na idade adulta”, consideram os pesquisadores.

“É importante que o cuidado com a memória seja diário. Por isso, antes de dormir, tente recordar das atividades que fez ao longo do dia

Pratique exercícios específicos para a memória, como jogos com palavras, sudoku, 7 erros, caça-palavras, dominó, palavras cruzadas ou montar um quebra-cabeças

Consuma alimentos ricos em ômega 3, como sardinha, atum, salmão, chia, linhaça, castanhas, nozes e azeite de oliva. Eles contêm nutrientes que facilitam a memorização e evitam o esquecimento. Utilizar a mão não dominante para realizar atividades como escrever, escovar os dentes, folhear um livro ou abrir uma porta, por exemplo, também pode ajudar na memória”.

Os autores do estudo explicam que mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar os efeitos em humanos. Eles também acreditam haver diferenças entre homens e mulheres devido às interações hormonais.

“No geral, a análise de todo o conjunto de dados obtidos sugere fortemente que o álcool misturado com bebidas energéticas, durante a adolescência, pode ter consequências que não são necessariamente a soma daquelas observadas com o álcool ou bebidas energéticas isoladamente, e afetar permanentemente a plasticidade do hipocampo”, sugerem os pesquisadores.

Click PB

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